Na celebração de Pentecostes fazemos memória do dia em que o mistério Pascal atingiu sua plenitude no dom do espírito Santo derramando sobre a igreja nascente. Para levar a plenitude os mistérios da Páscoa o senhor derramou hoje o espírito santo prometido em favor de seus filhos e filhas, prefácio da missa do domingo.
O espírito do ressuscitado, prometido pelo senhor, concedido a comunidade dos discípulos e discípulas, reunida no cenáculo em Jerusalém, renova, transforma, edifica o corpo de Cristo, fortalece a missão e cria o ser humano novo, pois “todos aqueles que se deixam conduzir pelo espírito de Deus, são filhos de Deus” (Rm 8, 14).
Concluindo a caminhada dos 50 dias de Páscoa, agradecemos ao pai, por que o espírito Santo revelou a todos os povos, raças e nações o mistério escondido desde toda a eternidade. Este espírito acende nos corações a fé, a esperança e o amor. Ao mesmo tempo em que nos abre para a comunhão com Deus, ele nos conduz ao próximo com sentimentos de encontro, reconciliação, testemunho, desejo de justiça e de paz, renovação da mentalidade, verdadeiro impulso missionário (AG n°4; GS n° 26)
O envio no espírito
“Todos os evangelistas, ao narrarem o encontro de Jesus Cristo ressuscitado com os apóstolos, concluem com o mandato missionário. Mateus 28, Marcos 16, Lucas 24, João 20, esta missão é envio no espírito, como se vê claramente no texto de São João: Cristo envia os Seus, ao mundo, como o Pai O enviou a Ele; e, para isso, concede-lhes o Espírito. Lucas põe em estreita relação o testemunho que os Apóstolos deverão prestar de Cristo com a ação do Espírito, que os capacitará para cumprir o mandato recebido “.
Após a vinda do espírito Santo no Pentecostes, à igreja pode ser chamada: “povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Ora, se na economia da salvação o espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade a se revelar, somente após a sua descida dos céus sobre a igreja, é que a Igreja tem acesso pleno a Deus para realizar a sua missão. Se bem Cristo é o fim da revelação e a ponte que dirige ao Pai, somente o espírito faz com que o homem a atravesse. Por isso, São João Paulo II afirma que este fato deu início ao “tempo da igreja”.
O que faz o Espírito na Igreja? O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja. Espírito de amor, ele dá aos batizados a semelhança divina perdida por causa do pecado e os faz viver em Cristo a Vida mesma da Trindade Santa. Manda-os testemunhar a Verdade de Cristo e os organiza nas suas múltiplas funções, a fim de que todos produzam “o fruto do Espírito” (GL 5, 22). (CIC 145)
A MISSÃO do Espírito Santo na Igreja não é deixar as coisas como estão, fechar os olhos e deixar de pensar, mas sim é dinamismo, inteligência e sabedoria, com todos os outros dons, que são ciência, Fortaleza, conselho, temor de Deus e Piedade. Uma Igreja é viva na medida em que se deixa guiar pela luz do espírito santo.
Um dia, não recordo em que circunstância, mas tenho a certeza que o Papa Francisco falou, ele disse: a missão do espírito Santo é fazer “confusão na Igreja”, desestabilizar as coisas que nos parecem tão seguras, e indicar nos caminhos novos. Este pequeno número do catecismo, com frases curtas, nos introduz na missão viva da ação dinâmica do espírito de Deus.
O Espírito Santo nos santifica, nos envia, nos dá a coragem para sermos testemunhas vivas de Jesus, lá onde nós formos enviados. O Espírito Santo não pode deixar a igreja tranquila em suas ideias teológicas, ou em seus métodos evangelizadores, porque o mundo em que vivemos está em continua mudança e a igreja deve saber dar respostas adequadas.
Uma das mais belas realizações do espírito desses últimos tempos é, sem dúvida, o Concílio Vaticano II, que foi como abrir as portas e janelas da igreja para que toda a poeira dos tempos passados fosse embora, e tudo fosse novo e luminoso. Mas o trabalho não terminou. A Igreja é dos vivos e não dos mortos. AIigreja do cemitério não muda, mas a Igreja Comunidade viva, se for dócil à luz e ao vento benfazejo do Espírito Santo, vai todos os dias nos surpreendendo com coisas novas e velhas…
O que faz o Espírito Santo na Igreja? O Eespírito Santo faz o que ele sempre fez: dinamizar, iluminar, santificar e atualizar a palavra de Deus para o tempo em que vivemos. São João da Cruz diz: “o Espírito Santo anda inquieto, procurando quem amar”. O Eespírito Santo nos acorda para sermos atentos a ler os sinais dos tempos e dos lugares de nossa história